21 de nov. de 2006

Mundo encantado

Costumo dizer que contar histórias é doar o que se tem de melhor no coração, pois cada história contada é como um presente que oferecemos ao outro e este, muitas vezes, vem embalado como um presente mesmo, com caixinha e tudo! Esta "embalagem" pode ajudar a suscitar o imaginário e despertar a curiosidade do ouvinte para o que virá a seguir.
Ao pronunciarmos as palavras "era uma vez" é como se adentrássemos um novo tempo, espaço e lugar. Estas e outras palvras usadas para introduzir uma história são como um convite. Costumo chamá-las de chaves de portal, pois creio que é assim mesmo que estas palavras funcionam: têm o poder de nos transportar para o universo do maravilhoso.
O ato de contar histórias funciona para o contador de histórias como os dois lados de uma moeda: é preciso estar bem consigo para conseguir transmitir este bem estar, assim como ao contar nos sentimos melhores. Há a troca de energias com o ouvinte e cada um sai melhor da experiência de encantamento que é o contar e ouvir histórias.
Histórias alimentam a alma e preenchem nosso mundo interno com elementos fantásticos. Assim como é necessário alimentar, dar de beber, vestir e cuidar da criança, é preciso alimentar também sua alma e matar a sua sede de fantasia.
Há ainda aqueles que já estão crescidos e não contam histórias, ou receiam se deixar levar, se envolver com seus enredos fantásticos. Nestes casos é preciso experimentar, sentir ou até mesmo receber um "empurrãozinho", como em Peter Pan que, ao convidar Wendy a ir com ele à Terra do Nunca, esta lhe responde que não pode ir, pois não sabe voar. Peter, então, pega a sua mão e olhando nos seus olhos diz:
"Não tenha medo, venha comigo que lhe ensinarei a navegar nas costas do vento".

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